segunda-feira, 19 de abril de 2010

Antes e depois de Social Distortion

(E assim...) Sábado foi um dia esperado por muitos. Pela primeira vez, a banda Social Distortion tocará em São Paulo. Começou assim.

Umas 16:00 já estava eu fazendo meus preparativos no bar Virilha's. Conheci um cara, Marcelo, que chegou ao mesmo tempo que eu e pouco tempo depois do bar abrir. Zé, o dono do bar, limpava a sujeira do dia anterior. "Pôrra! Até vomitaram no meu bar!", comentava sobre os excessos de sexta e sobre o grude do chão xadrez. Pediu para que eu e o Marcelo dividíssemos a cerveja enquanto limpava o bar.

Marcelo, disse ele, nunca estudou. Trabalha vendendo equipamentos oftalmológicos e vende bastante. Disse à mulher que levaria o carro para lavar - às 10 da manhã. Comentou que um amigo foi tirar o carro dele e deu uma panca no carro da frente. O carro dele mesmo.

Comentou que trabalhar era obrigação e que aqueles que dizem gostar de trabalhar são todos mentirosos, pois nada na vida era perfeito. Trabalhar era a imperfeição mor. Me perguntou se eu não ficava frustrado em estudar durante quatro anos, ver o diploma sendo menosprezado e competir com gente sem qualquer conhecimento e perder uma vaga num bom lugar porque ou o outro tinha Q.I. ou era uma loura da muito gostosa. Faz parte e confio em mim, disse à ele.

Veio uma moça vendendo pano por dois dinheiros. Logo apareceu uma outra mulher e duas crianças. Todas juntas com seus panos. Vendem muito. Algo em torno de uns 200 panos por dia, algo que dá mais do que meu salário de um mês. Não, não vou vender panos apesar do lucro.

Moram todos bem longe do Ipiranga onde estamos. São Mateus, zona leste. Começaram a papear conosco sobre a vida, dificuldades e outras frivolidades animadamente. No bar do Zé todos são bem-vindos contanto que paguem pelo que bebem.
Era 19:30 e chegou a carona. Eu e mais dois amigos. Os únicos que se juntam para assistir shows com a mesma vontade de anos passados quando iam dezenas num mesmo ônibus, sem saber como faríamos para voltar com a diferença que, hoje, vamos de carro.

Como eu era o único sem ingresso, me deixaram próximo à bilheteria enquanto encontravam um lugar para estacionar o carro. Logo eu estava dentro do Via Funchal vendo a banda de abertura chamada All the Hats, da Argentina. Mais ou menos. Me pareceu uma mistura de hardcore NY com Nirvana.

A casa não estava cheia e a cerveja é cara (seis dinheiros). Era curioso ver que, depois da lei anti-fumo, o pessoal continua burlando, acendendo seus cigarros como se fossem presos se descobertos e abrigados a assinar um 16. Imagina então aquele que dava cigarro para terceiros! Xilindró pro miliante!

O Social Distortion sobe no palco. A galera pira. Mike Ness está lá, tentando umas palavras em português. Fala alguma coisa do tipo que no Rio, o show foi bom e queria ver se aqui seria melhor. Não sei se foi, mas para mim, estava de bom tamanho. Não lembro da sequencia, mas tocaram "Under my Thumb", "Sick Boy", "Still Alive", "Balls and Chains" e, se não me engano, fecharam a noite com "Prison Bound" ou "Ring of Fire". Foi animal.

Cheguei em casa umas duas da manhã. Comi alguma coisa e me preparei para assistir o GP da China de Fórmula 1. Preparei o despertador para tocar uns cinco minutos antes da largada e aproveitar para tirar uma soneca. Acordei 10 da manhã e, para azar, além de perder a corrida, dormi com a lente de contato que secou por falta de lubrificação e queimou todo o meu olho direito.

Agora é esperar o próximo show e postar alguma coisa aqui. Pelo menos a próxima corrida não será de madrugada.

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