terça-feira, 19 de abril de 2011

D.R.I.:O show

D.R.I. (Dirty Rotten Imbeciles) tocou domingo passado no Carioca Club.
E agora? O que mais vou falar? O início? Sim, podemos fazer isso.
Posso começar com a Virada Cultural. Depois de mínimas horas de sono, fui correndo não  muito para ver as últimas apresentações do Tremendão Erasmo Carlos ou Steel Pulse, mas tinha que buscar os camaradas, reuni-los para a celebração thrash que teríamos em mais algum tempo. Tivemos um pequeno erro de direção mas, no caminho, um carinha com jeito de que também estava indo para o mesmo lugar foi a nosso indicador GPS do momento. Um ajudando o outro com a direção e com a carona.
Carioca Club. Posso estar errado mas não lembro de ver uma fila tão grande quanto aquela e olha que já frequentei até uma boa quantidade de shows por lá. A conversa foi a mesma com outras pessoas que tinham a mesma impressão. Mesma impressão foi dividida quando da empolgação que emanava o lugar. Veremos uma banda que não toca no Brasil há 14 anos, há de tudo em frente ao Carioca. Moleques e tiozões, cabeleiras e calvos, gente montada no visual e outros que parecem ter saido de uma reunião. Todos na fila, a maioria cantando alguma música, ou comentando algum disco ou sobre a história da banda ou o que ela representa.
Lá dentro um mar de gente e no palco, Ação Direta, banda do nosso querido camarada Gepeto (o Phil Collins do inferno) e show deles e pancadaria obrigatória. Estranho a banda tocar quando ainda havia gente entrando... ou tentando entrar. Algum atraso? Possivelmente.
A próxima banda a entrar era "um tal de" Violator
...poatz...
Que banda era aquela tocando? Que estupideza! Que horror!! Que fantástico!!!
Pusta bagaceira trabalhada, riffs matadores, presença de palco monstra. Era como se estivéssemos de volta aos anos 80 saca, com um dos guitarristas vestindo aqueles shorts curtos e os outros naquele esquemão podreira, do naipe do antigo Anthrax, Nuclear... você tinha que ver o tamanho da roda que se formou na frente do palco. O povo pirou! Quem não pirou? Até Harald Oimoen, baixista do D.R.I. não resistiu, pegou uma cadeira e colocou próximo da banda. Sentou e fez cara de cansado e bocejava e cruzava os braços. Uma brincadeira, claro, tamanha a empolgação. Oimoem também dançou, berrou no microfone, quis dar uma atrapalhada nos caras e, enfim, saudou a banda, para surpresa do Violator. 
Imagina ser saudado por um cara que toca na banda que você paga a maior madeira, que faz tatuagem e tenta tocar na mesma intensidade? Um figura, esse Oimoen. "O californiano mais doido do mundo", nas palavras do vocalista do Violator, Poney.
E chega a hora da banda mais esperada e olha que tem gente que já se dava por feliz só com o início desse show!
Como pode uma banda ser tão boa, tão matadora, depois de quase 30 anos de bate estaca? Talvez aquele interesse em não fazer mais nenhum disco, deixando apenas as músicas se tornarem clássicos com o tempo e... não, isso não tem nada a ver. Os caras são bons mesmo.
Já abriram arregaçando com "Beneath the Wheel" e logo veio "Violent Pacification", "Abduction", "Acid Rain", "Thrashard", "I Don't Need Society", "I'd Better be Sleeping"... imagina. Se conhece ou ouvir uma dessas músicas vai saber do que estou falando. É uma banda forrada de grandes clássicos e se no Violator a roda era monstra, como diria a roda de pogo do D.R.I.? Não sei cara, juro.
Outro detalhe entre uma banda e outra. Os caras do Violator se jogam, pulam, dançam e fazem o diabo. No D.R.I., o agito da banda não passa de joelhos no chão do vocalista Kurt Brecht, as caretas de Oimoen e a técnica constante de riffs redondos, beirando a estupidez da perfeição de Spike Cassidy. Nem precisava de muito agito de tão redondo que estava a banda. Favoreceu muito a sonoridade da casa, que estava uma beleza raramente vista em muitos bons lugares.
O show é longo, veio o bis e aquela sensação de "acabou". Fodástico. Virei para um carinha que estava ao meu lado e falei que só faltou uma música chamada "Five Year Plan".
E começa "Five..."!!!!
Definitivamente, foi um dos melhores shows, a melhor galera, a melhor roda, o melhor set-list, a maior empolgação por metro quadrado. Foi o dinheiro mais bem gasto por todos, sem nenhuma dúvida. Pode ter certeza.
Tem umas fotos bacanas do show tirada por Sah Guerreiro no Flickr

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