quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Três décadas de Maximumrocknroll

Se existe um fanzine que tenha passado por todas as eras punk e suas futuras combinações sem se vender ao conglomerado musical mantendo-se independente e, ainda por cima, relatando a cada mês as novidades das bandas underground mundiais essa seria a Maximumrocknroll que nesse mês completa 30 anos.
30 anos comentando sobre todo o universo punk underground desde fanzines, histórias, discos, shows com a colaboração de pessoas ao redor do mundo. Esqueça aquelas bandas que tocam nas rádios, fazem mega shows, aparecem em programas de televisão e vendem milhões de discos. O ponto principal da MRR são as verdadeiras e novas bandas que surgem e que, salva algumas, pouco terão mais do que uma imagem dela na revista, o que já é um baita trunfo.
E sempre foi assim. Desde que a Maximum ainda era uma rádio em 1977, o grupo formado pelo criador Tim Yohannan e Jeff Bale apresentavam as novidades mundiais do punk e do hardcore e as que nasciam em seu quintal, San Francisco. Como diferencial traziam as bandas e fãs para conversas no programa, de certo e aos poucos começou a atrair a atenção de um público específico que queria saber mais das novidades.
Aí chegou 1982. Uma associação feita entre Jeff Bale (que acabara de lançar a Sonic Reducer Records) e Jello Biafra (vocalista do Dead Kennedys e dono da Alternative Tentacles) acabou com o lançamento do disco duplo "Not So Quiet On The Western Front" que trazia uma compilação que documentava 47 bandas da cena punk rock do nordeste da Califórnia. Dentro dele - além dos discos - estava o embrião do que se chamaria Maximumrocknroll e, em agosto desse mesmo ano, sairia a MRR nº1.
Desde esse primeiro número, chama a atenção o formato (zine, imagens recortadas, fotos preto e branco) e o estilo faça-você-mesmo que sempre foi a bandeira levantada por Tim Yohannan que, por mais que avance a tecnologia, ela nunca deixou de ser feita nos mesmos moldes, mesmo após a morte de Tim em 1998.
Claro que o forte nome do zine, as apresentações de bandas do mundo todo, entrevistas, matérias sobre bandas, política ou questões sociais, colunas, além da forte influência ideológica punk e de ser uma revista mensal nos moldes sem fim lucrativos levaram ela ao posto do fanzine mais importante da cena até os dias de hoje. Não é difícil encontrar bandas como o Luta Armada, Cólera, Inocentes, Defy, Discarga, Ratos de Porão, Test, Violator, Lixomania, Social Chaos, Olho Seco e muitas outras brasileiras aparecendo em suas páginas. 
Para comemorar esse 30 anos, a Maximumrocknroll nº351 traz as melhores e piores da MRR nos últimos anos, as melhores/ piores capas, e as entrevistas com as bandas Banran (Coréia do Sul), Napalm Raid (Canadá), Ferocious X (Suécia), Juan & Diëgo (Colômbia) entre outras coisas que servem para lembrar que, amando ou odiando, a MRR é o maior exemplo que, com muita vontade e paixão, dá para fazer algo que dure.
O pessoal do USGritarias parabeniza essa fodástica revista.

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