sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dois anos de prisão para as meninas do Pussy Riot

Dois anos, cara. Dois anos por "vandalismo" e, pasmem, "incitação ao ódio religioso" após uma invasão numa catedral ortodoxa que apoia seu presidente o sr Vladimir Vladimirovich Putin. Aliás, apoia por causa de ações como construções de novas catedrais e pelo poder que ela tem. Por conta disso, mais de 60 manifestações ocorreram em várias cidades do mundo. Dois anos para as meninas Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokina e Yekaterina Samutsevich.
Sinceramente acreditava que elas seriam, sim, presas, mas não por tanto tempo, afinal, qual foi a "travessura" delas? Apenas cantar uma musiquinha que mostra o quão elas reprovam seu presidente, nada mais. "Toda unanimidade é burra", disse Nelson Rodrigues e assim elas mostraram para o mundo a sua posição como descontentes e legítimas russas.
De nada adiantou o movimento de músicos, filósofos e outras vedetes do mundo pensante o seu apoio as meninas. Sobrou até para Gary Kasparov, um cara símbolo da Russia. Foi preso próximo ao tribunal, o que mostra claramente como o cidadão tem sua liberdade cerceada numa das maiores potências do planeta.

Falei do tribunal, né. Como mostrar algum tipo de respeito quando a juíza que deu o veredito das meninas nem mostra seu rosto para o público e anda escoltada? O motivo disso me parece ter medo que as outras meninas invadam sua corte para cantar algo contra ela, só pode ser.

Me deixa chocado saber que, apesar de todas as mudanças que aconteceram no mundo, a política russa continua sendo a mesma do comunismo furado de Stalin e da Guerra Fria: Gulag e batatas para aqueles que se mostrarem contra o regime político. Não importa quem seja falou alguma coisa ruim, é inimigo. Liberdade de expressão é blasfêmia aos ortodoxos e poderosos filhos da mãe Russia. 

Mas estou certo de uma coisa. A prisão delas não vai ser exemplar, daquelas que tem a intenção de dizer "olha o que acontece se fizer merda conosco" como fazem as mais variadas formas de repressão. Vai ser libertária, lembrada e abrirá corações e mentes de milhares ou milhões de pessoas. Quando, enfim, forem soltas, muitos baterão palmas e darão viva à elas e aos poderosos sobrará a vergonha eterna, o seu veredito final.   
Abaixo, a música "Putin Lights Up The Fires" que ficou animal.
                   

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