quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Do punk ao mangue

Diferente no tempo mas não na data da morte, iguais na postura e em como foram marcados na história musical. Nesse mesmo da e mês morreu um símbolo (apenas símbolo) mundial do punk rock e um símbolo sonoro e musical (talvez, apenas aqui) do rock brasileiro, ou como chamado espertamente, do mangue beat.
33 anos atrás, John Simon Richie - prazer, Sid Vicious - deu um fim na vida com uma overdose de heroína um dia após ser solto da prisão por quase matar o irmão de Patti Smith. 15 anos atrás, Francisco de Assis França - prazer, Chico Science - teve sua vida precocemente tirada num acidente de carro.
Ambos tiveram carreiras sucintas e curtas, mas merece alguns detalhes. Sid, antes de entrar no Sex Pistols, chegou a fazer parte de duas bandas por tempo curto. A primeira foi The Flowers of Romance, banda sem nenhum registro, (tirando a música "Belsen Was a Gas") mas que foi o pontapé para que seus membros fizessem pouco tempo depois bandas como o The Slits, The Clash e o Public Image Ltd. A outra foi numa apresentação de coisa de 20 minutos tocando bateria para o Siouxie and the Banshees. Entrou no Sex Pistols substituindo Glen Matlock no baixo e, verdade seja dita, Sid como baixista era um ótimo macaco de circo fazendo as poses que deixou como marca de fúria e atitude, apesar de muitas vezes seu equipamento estar desligado para não atrapalhar os outros membros. Na vida real era um menino mimado, tímido, solitário e o único disco que aparece seu nome é justamente um póstumo chamado de "Sid Sings".
Já Chico Science começou a despontar seu trabalho e carisma em 87 com a banda Orla Orbe, depois com Loustal que, pouco depois se transformaria em Nação Zumbi. Chico, ao contrário de Sid, era inteligente e trazia um quê de brilhantismo seja tocando, seja nas entrevistas geniais que fazia. O destino, assim como fez com Sid, fez com que o pernambucano deixasse em seu legado apenas dois discos que fizeram história no Brasil, os poderosíssimos "Da Lama ao Caos" de 94 e "Afrociberdelia" de 96.
Diferentes na postura, na atitude e, claro, no tempo, ambos deixaram marcas que hoje ainda podem ser vistas em diversas bandas. Provocativos para o bem ou para o mal fizeram do "mondo róque" algo que deve ser cada vez mais e melhor estudado.
Se me perguntarem qual foi o melhor, sem dúvida, o pernambucano ganharia de lavado do inglês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Detone! Fale o que quiser, xingue o dono, seja feliz e troque ideias