"Lula - O Filho do Brasil" fora do Oscar. Alguma dúvida?

Parece que ninguém deu bola e muitos - me coloco junto - já sabiam que a chance do filme de Fábio Barreto,  "Lula - O Filho do Brasil" era mínima, para não dizer nula.

Este petardo do puxa-saquismo tacanho, símbolo da maior propaganda que um líder de uma nação poderia ter desde "O Triunfo da Vontade" (Triumph des Villens - 1935) de Leni Riefenstahl foi deixado de fora do 83º Prêmio da Academia, o Oscar que rola dia 27 de fevereiro para o israelense "Ajami" (dir: Scandar Copti e Yaron Shani), o argentino "O segredo de seus Olhos" (dir: Juan José Campanella), o peruano "A Teta Assustada (dir: Claudia Llosa), o francês "Un Prophète" (dir: Jacques Audiard) e o alemão "A Fita Branca" (dir: Michael Haneke).

Ontem conversava com minha mãe sobre isso e ela me respondeu quem seriam as pessoas encarregadas de escolher os filmes para serem indicados ao Oscar e eu não soube responder. Isso é a cousa mais bacana de fazer: descobrir. E assim fiz.

No dia 23 de setembro, foi anunciado esse filme e de forma unânime (!!!) "por uma comissão que reúne membros indicados pelo Ministério da Cultura (MinC), Secretaria do Audiovisual, Agência Nacional do Cinema (Ancine) e Academia Brasileira de Cinema." como está escrito no sítio do G1. Tirando a Academia Brasileira de Cinema, que é presidida por Roberto de Farias - irmão do ator Reginaldo Faria -, todas as outras são vinculadas ao governo federal. Um monte de respostas imbecis que caíram no chão está dito na página em "lincada" (é isso mesmo, acostumem-se). Dá até dor de barriga de tanto rir.

O mais interessante de ver é que na enquete popular promovida pelo MinC, esse valiosíssimo filme - um dos mais caros do país - recebeu apenas 1% dos votos desse povo bobo, que não entende nada de cinema que preferiram cousas como "Nosso Lar", "Chico Xavier", "Os famosos e os Duendes da Morte", "O Grão" e "Antes que o Mundo Acabe".

Aqui, na página do MinC aparece o nome dos 23 filmes que tentaram uma vaga, em vão, para disputar a escolha desses sublimes conhecedores do cinema brasileiro, o nome da maravilhosa comissão com todos indicados com a mais séria escolha - eles mesmos - e a pérola de Roberto Farias que coloco na íntegra sobre o filmaço que, ahhhh não deu: "Votamos no filme que nos pareceu mais bem feito, que honra a cinematografia brasileira e tem como atriz Glória Pires, que se torna uma excelente candidata ao prêmio de Melhor Atriz”, explicou Roberto Farias. “Nossa posição não tem nenhuma ligação política. Lula é uma estrela aqui e fora daqui, internacionalmente conhecida”, completou.

Imagem: Angeli