quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lido

(não tão agradável, mas...) "Conversas Com João Carlos Martins" (Editora Green Forest Do Brasil - 199 págs, 1999) foi um dos livros que estavam na sequência para ser lido, claro. Quando o tive pela primeira vez nas minhas mãos, pensei "hmm, João Carlos Martins (sítio "em construção"), o pianista. Esse cara tem uma história de luta e perseverança poucas vezes vista ou lembrada nas histórias brasileiras. Bom!"
Bem, como direi, olha, esse livro na verdade pode ser mais interessante para virtuosos e/ou conhecedores de técnicas pianísticas e adoradores de Bach.
De 199 páginas "apenas" 60 são sobre o pianista alemão, seus trabalhos, seus intérpretes e detalhes completos da obra "O Cravo Bem temperado" que contém 24 partes de "Prelúdio e Fuga" do livro I e mais 24 do livro II todas comentadas uma a uma por João Carlos e seu entrevistador, o pianista e professor da Juilliard School, David Dubal. Claro que vem muito a calhar já que João Carlos regravou todas as obras de Bach ("O Cravo..." foi tocado pela primeira vez pelo pianista quando este tinha 15 anos).
Como diz o livro, o que rola é um bate papo entre os virtuoses. Inicialmente há todos os altos e baixos de sua carreira, o acidente num jogo de futebol, a síndrome de movimentos repetitivos, o assalto em Sophia, Bulgária que quase o deixou paralisado em um lado de seu corpo e um pouco sobre a acusação do escândalo eleitoral em que seu nome apareceu nas páginas dos jornais mais do que quando se apresentava. As técnicas para gravação para os iniciantes, museus, esportes, o "elitismo" social, o mundo que nos cerca, mulheres pianistas (Dubal disse que o pianista Vladimir Horowitz o aconselhou de quando trouxe alguns de seus alunos para vê-lo tocar para que trouxesse apenas homens porque "mulheres não são sérias o suficiente. Elas largam o piano por causa dos bebês") e blá, blá, blá. Na real, uma troca de ideias de gente provinciana, da mesma forma como Dubal chama o MASP.
Não foi lá essas cousas não.

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