(A chuva não para) Harvey Pekar, escritor de histórias em quadrinhos, 70 anos, criador de sí mesmo e seus conhecidos nas revistas "American Splendor"e "The Cancer Years", fã fervoroso de jazz, pessimista-mor, morreu ontem enquanto dormia.
Teve, obviamente, momentos péssimos em sua vida pessoal, mas também tinha quem pudesse ajudar mesmo sem que ele soubesse como o quadrinista Robert Crumb. Amigos desde pouco antes do reconhecimento mundial de Crumb e também colecionador de discos de jazz.
Talvez tenha falecido em paz e no sossego depois de tanto reclamar - e ganhar uma grana com isso - e escrever sobre o dia-a-dia, o trabalho, os amigos, os problemas, a monotonia. Ao falar disso. ninguém poderia prever que um dia ganharia algum prêmio, a não ser do cara mais mau humorado da face da Terra, mas não. Ganhou o American Book Award de 1987 e o Harvey Awards de Melhor Trabalho Original num Albúm Gráfico em 1995.
Em 2003 um filme-documentário sobre sua vida e com o mesmo nome do seu maior trabalho é produzido. Dirigido por Shari Berman e Robert Pulcini, American Splendor (no Brasil: "Anti-Herói Americano") que tem Paul Giamatti interpretando Pekar foi candidato ao Oscar de 2004.
Sempre foi arredio com festas e agitações. Pouco saia de sua cidade em Cleveland, Ohio.
Lá se vai mais um e, assim, a vida continua...
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