terça-feira, 20 de abril de 2010

Dia do Disco

(Vou ligar minha vitrola) Não sei quem inventou esse dia e nem sei quando ela começou a valer. Não sei se vale em outros lugares e muito menos se existe algum tipo de festa ou reunião. Apenas descobri - e sem querer - que hoje é o dia do disco, do vinil, da velha bolacha.

Lembro do meu primeiro disco quando eu e minha irmã éramos pequenos, uns cinco anos. Era o disco do Balão Mágico. Ouvíamos pacas. Aliás, meus pais sempre davam discos e compravam para eles. Meu pai ouvia Elton John, Beatles; minha mãe, Manolo Otero; nós, Pirlimpimpim, Prá Gente Miúda II...

Era festa colocar o disco no toca-discos que tinha em casa. Um três-em-um Grundig com botões cromados, visor analógico verde e caixas de madeira. Era todo automático e, por isso, nem precisava colocar a mão no braço para começar a ouvir a música. Fantástico.

Fui crescendo e o Grundig acompanhando. Logo, com alguma idade e influência do pessoal, os discos de música eletrônica como o da Overnight, Jive Bunny, Thayde e D.J. Hum até o Batman de Prince, que foi a reviravolta musical para o RNR. O primeiro disco rock foi o Appetite for Destruction, do Guns ou o The Real Thing do Faith no More. Aí não parou mais. Pink Floyd, Iron Maiden, Sabbath, Ozzy, Kreator.

Foram dezenas de discos que eu cuidava como filhos. Guardados em ordem alfabética, tinham marca registrada e tomavam banho de sabonete. De uns 30, 40 discos, acho que só uns dois tinham alguma música riscada. Bolacha é valente! Qualquer coisa, era só colocar uma moeda próximo da agulha e tudo estava certo. Alguns amores foram perdidos por ciúme deles. Dane-se.

Mas o Grundig não nos acompanhava mais. Eu estava com um mais moderno e, assim mesmo, com toca-discos. O CD já estava forte e por todo lado havia alguém com um Discman que tinha duração de duas horas até a força da pilha acabar.

Não deu. O CD veio forte e concorrendo até com os preços do LP tinha a vantagem de ser compacto. Comprei meu primeiro CD, o do Judas Priest "Painkiller", depois o do Slayer, o "Divine Intervention" (eu era um metal dos brabos!), mas continuei comprando discos até me render definitivamente aos pequenos disquinhos laser.

Ainda mantenho um toca-discos funcionando em casa. O terceiro da minha vida. Eles duram bastante se cuidar bem, aliás, cuidando bem o que não dura? Minha última compra foi uns cinco anos atrás, num sebo, achei o disco do Secos & Molhados e do Pixinguinha por duas pilas cada um. Era tão barato que, quando levei, fz cara para o vendedor de que estava comprando os discos por comprar, mas doido de felicidade pelo achado. Era a última compra e a última vista de uma nova bolacha em casa.

Não! Não era. Recentemente, minha tia começou a se desfazer de uma coisas. Comigo ficou uma caixa mágica, contendo cinco discos de cada década do Elvis Presley. Amigo, esse tomou um banho até de carinho!

Ei! Você tem uma boa história com bolachas? Pô, conte aí e feliz dia do disco.

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