sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco

Dessa vez o texto será parcial, sentimentalóide e os escambaus. O blógue é meu e escrevo como quiser.

Nessa madrugada, de acordo com testemunhas, três homens assaltaram a casa do cartunista Glauco Villas Boas e deram fim a uma vida de grandes histórias junto com seu filho, Raoni.

Doy Jorge, Ozetês, Zé do Apocalipse, Nojinsk, Dona Marta, Casal Neuras e o mais conhecido Geraldão eram alguns dos seus personagens.

Cara, quando comecei a me interessar por quadrinhos, virei um viciado pela revista Chiclete com Banana. Tenho quase todas guardadas em casa junto com outras centenas, entre elas as revistas do Geraldão. Tenho também a antológica Los Três Amigos que, só de olhar para a capa, já começo a rir. Às vezes, num silêncio do quarto, retiro algumas das revistas para reler. Estão amareladas pela ação do tempo, tem o cheiro saudosista de folhas antigas, abro-as com grande cuidado pois sei como são delicadas essas revistas. Quem me conhece sabe até como seguro - e peço para segurar - as revistas: quase que em 90 graus para não arrebentar a coluna delas. É fácil descolar as páginas quando abertas exageradamente.

Como de praxe, ao chegar no serviço, abro o jornal, leio e, quando chega no caderno Ilustrada, fico só esperando a hora certa para ler os quadrinhos que gosto tanto e dá uma certa refrescada na cuca depois de tanta tragédia. Estava lá o quadrinho da Dona Marta. Mágico. Engraçado como sempre.

Estava procurando notícias sobre os treinos livres da Fórmula 1, empolgado com as corridas, até que vendo o blógue do Flávio Gomes me peguei com o desenho do Geraldão e a fatídica notícia e meu mundo hoje ficou mais nublado, choroso até.

Todos os seus personagens agora estão mudos, sem quem os escreva, os invente, os desenhe. O nanquim está num canto se quem o manipule. A folha em branco.

Tudo porque ele, seu filho e nós ficamos à mercê de algo que, infelizmente, faz cada vez mais parte de nossa rotina. Dane-se a Fórmula 1.

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