terça-feira, 29 de abril de 2014

In-Edit 2014 começa nessa quinta

E vem chegando a sexta edição do In-Edit Brasil. Projeto bacana que tem como pano de fundo a promoção de documentários que falam de e sobre música em geral. Começa nessa quinta, dia 1º de maio (Dia do Trabalhador, morte do Senna e, o que mais gosto, aniversário de meu irmão) e vai até domingo, dia 11. Ingresso baratinho. De 10 Dilmas no Cinesesc (R Augusta 2.075), 1 Dilma e até entrada franca. Valores completos aqui.
São uns 60 filmes que vão de longas a curtas, conversas com alguns dos diretores (um deles é o holandês Frank Scheffer, que tem alguns de seus filmes na mostra) e música, claro. DJ Pita Uchoa (Voodoohop), os baianos do Vivendo do Ócio, a espanhola Irene Atienza & Quarteto Flamenco e inglês Lou Barlow (Sebadoh e Dinosaur Jr.).

Sobre os filmes, dei uma sacada e escolhi alguns que gostaria de ver. A programação completa dos filmes está aqui.
A Band Called Death
As Time Goes By in Shangai

Atenciosamente, Lo Turco (curta de 10 minutos)
Dowloaded
Filmage: The Story of Descendents/All
Frank Zappa - A Pioneer to the Future of Music
Geração Baré-Cola - Usuários de Rock
Good Ol' Freda
Guitarra Baiana - A Voz do Carnaval
Harry Dean Stanton: Partly Fiction
Jimi Hendrix: Hear my Train a Comin'
Mario Lago
Mistaken for Strangers
Narco Cultura
Olho Nu
Supermensch: The Legend of Shep Gordon
TPB AFK: The Pirate Bay Away from Keyboard
Teenage
The Punk Singer
Triunfo
Twenty Feet from Stardom
E vocês? Alguma?

Aprendendo a fazer o que não deve em Dubai por James Kottak

Imagem: Leandro Deitos

Começo aqui o guia que revolucionará para sempre a literatura dos mau informados livrinhos de ajuda para o visitante/turista no exterior que se chamará "Aprendendo a Fazer o Que Não Deve em..." com o subtítulo "Os exemplos da merda que pode acontecer com você".
E para o capítulo 1: James Kottak, 51 anos, baterista da banda Scorpions que ficou preso por um mês.

Para começar, o  "Aprendendo a Fazer o Que Não Deve em Dubai", aqui vai um toque para quem quer pegar um avião para : BEBA. Nem se for cinco copos de vinho. "Ei cara. Tô indo tocar pro sheik na Fórmula 1. Vai estar uns brother lá, tipo o Mike Hutherford, o Jules Holland, o Nick Mason - que está em todas as corridas, tarado velho. Qual o problema de uns gorózinhos?"

Isso nos leva para o próximo ponto: OFENDA ALGUÉM OU SUA CRENÇA. Ainda mais se estarmos falando num país onde a crença islâmica é levada muito a sério. Cobrir o nariz indicando algo ou falando de um certo cheiro sobre o odor alheio, pior ainda. "Quando ele viu passageiros paquistaneses e afegãos, cobriu o nariz e disse que não viajaria com eles de jeito nenhum.", disse um atendente de clientes do aeroporto de 27 anos.
BERRE E BLASFEME. Chame a atenção, afinal, você é um rock star ou um turista que quer curtir a vida como um demente suicida, ainda mais quando se tratam de muçulmanos. Se você entrou em lugar errado, lembre-se que VOCÊ ESTÁ SEMPRE CERTO e eles, os não-educados, deverão aceitar o monte de besteiras estúpidas que você está falando.

Se não acha suficiente, suba de nível e MOSTRE O DEDO DO MEIO, o terceiro quilodáctilo, o digitus infamis, o pai de todos. O mundo inteiro conhece esse movimento. Prepare-se para ganhar bastante atenção.
Mas se seu negócio é chutar o balde mesmo, mandar merda pro ventilador, mostrar a verdadeira classe e exemplo de um legítimo homo sapiens com uma educação familiar - ou americana, no caso - ABAIXE AS CALÇAS e peça para quem quiser pegá-las. 
Isso aconteceu dia 3 de abril, mas a sentença rolou ontem e ele foi considerado culpado por insultar o Islã e mostrar o dedo do meio. Foi a notícia que deu Salam Al Amir para o The National
Pegou um mês de cana mais fiança de 2.000 Dirham (1.208 dinheiros nossos) mas como já estava preso, logo ele estará livre para voar.

Para sua defesa, ele não concordou com a ação de ter mostrado dedo ou de ter ofendido alguém e se considerou inocente, menos do álcool, que esse ele não pode negar. "Não me lembro de ter dito essas palavras e muito menos de ter mostrado o dedo", e falou para os policiais que, "é impossível eu ter dito uma coisa dessas sobre muçulmanos estando bêbedo ou não.
Já sobre ter mostrado a bunda: "Isso não é verdade. Eu levantei minha camiseta para mostrar minha tatoo nas costas" tipo "ato espontâneo".


O advogado dele ainda tentou salvar o morto alegando novamente a inocência de seu cliente e que as testemunhas não devem ter entendido direito as coisas. "Essas testemunhas são contraditórias, vossa excelência". Sim, o empregado de atendimento ao cliente, o agente de serviços, o policial local e o aeroporto inteiro. Mas veremos o desenrolar pela frente.
Assim, terminamos o primeiro capítulo de "Aprendendo a Fazer o Que Não Deve em Dubai".
Até mais, pessoal.

Hitchcock em menos de dois minutos

Detalhe de "Director's Cards", de Tim Luecke
(tinha sol, não tem mais) Hoje faz 34 anos que, lá por nove da manhã, o aclamado mestre do suspense Alfred Hitchcock se foi. Tinha 80 anos e já tinha desistido de fazer o que seria seu último filme, "The Short Night". A distância das locações do filme (Finlândia) mais as dificuldades que Hitchcock começava a sentir com o peso da idade o fez, um dia, dizer ao seu diretor assistente, Hilton A. Green: "Eu nunca mais farei um filme".
Mas, numa dessas coincidências estranhas, abrindo minha página, me peguei com uma animação que uma amiga tinha postado. Ela se chamava "Hitchcock Animated Medley".

Em um minuto e cinquenta de animação, Tim Luecke, dispara um thriller onde um papel encontrado junto com o "corpo" de Hitchcock tem informações secretas e aí, depara-se com diversos títulos consagrados do diretor. "Os Pássaros", "Um Corpo que Cai", "Janela Indiscreta", "O Homem que Sabia Demais" e, claro, "Psicose".
Se foi coincidência de minha querida amiga, senhorita Liziero, colocar essa animação hoje, descobrirei em pouco tempo, mas valeu a lembrança.

]
Atualizando: Não. Ela não sabia, o que deixa a coincidência mais bacana ainda.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Revolver Golden Gods apresenta os vencedores

Dia 23 passado, o Club Nokia de Los Angeles estava entupido de gente nada convencional - e um pouco mole de empolgação - para a entrega dos prêmios do sexto Revolver Golden Gods, que é um tipo de Grammy malvado ou, como prefiro dizer, o Sundance da música pesada em detrimento ao Hall da Fama do Rock and Roll (que seria, no caso, o Oscar, entenderam?).
Esse ano, o maior prêmio de honra foi dado para Joan Jett, a primeira mulher a receber a tal honraria em seis anos de Golden Gods, das mãos de Alice Cooper. 
A apresentação inesperada de Slayer com a nova música "Implode" e Suicide Silence, junto com Max Cavalera cantando "Roots Bloody Roots". (vídeo no fim do texto)

Não vou colocar o nome daqueles que estavam disputando cada prêmio mas tem uns que foram meio estranhos as escolhas. Não sei também se contam votos pela internet, o que tiraria um pouco a qualidade do troféu mas colocar Deep Purple como vencedor da categoria "Melhor Retorno do Ano" fica meio a desejar sabendo que os indicados eram Black Sabbath, Carcass, Queens of The Stone Age, Nine Inch Nails e Suicidal Tendencies.

Quer saber? Vou colocar, sim, os indicados para ver qual a opinião de vocês. Em negrito e no topo da lista coloco o vencedor dessa brincadeira. Melhor, vou colocar também minha opinião bem curtinha.


Melhor Vocalista: 
Josh Homme (Queens of The Stone Age) 
Ivan Moody (Five Finger Death Punch)
Jeremy McKinnon (A Day to Remember)
Jonathan Davis (Korn)
M. Shadows (Avenged Sevenfold)
Papa Emeritus II (Ghost B.C.)
Opinião: Não mudaria. A voz de Homme é bacana, assim como a banda

Melhor Banda ao Vivo:
Rob Zombie
Gojira
Lamb of God
Mötley Crüe
Slayer
The Dillinger Escape Plan
Opinião: Essa é difícil mas, apesar do Slayer ser foda, o de Rob tem um monte de bestialidades legais.

Prêmio de Fãs Mais Dedicados:
Avenged Sevenfold
A Day to Remember
Five Finger Death Punch
Of Mice & Men
Slayer
The Pretty Reckless
Opinião: Dessas, minha "dedicação" sempre será para o Slayer. 

Melhor Novo Talento:
Twelve Foot Ninja
Deafheaven
Heaven's Basement
Issues
Scar the Martyr
Twelve Foot Ninja
††† (Isso mesmo. Cruzes)
Opinião: Opinar em quê?

Prêmio Paul Gray de Melhor Baixista:
Chris Kael (Five Finger Death Punch)
Emma Anzai (Sick Puppies)
Fieldy (Korn)
Geezer Butler (Black Sabbath)
Johnny Christ (Avenged Sevenfold)
Rex Brown (Kill Devil Hill)
Opinião: Não sei se Chris Kael é melhor que o Rex. Votaria nele, agora, Geezer nem deveria estar aqui senão é sacanagem.

Melhor Filme eVídeo:
"This is as Wasteland" (Pierce the Veil)
"America" (Motionless in White)
"Blow Your Trumpets Gabriel" (Behemoth)
"Zenith" (Huntress)
"Metallica: Through The Never" (Metallica)
"As The Palaces Burn" (Lamb Of God)
Opnião: Pierce é banda de adolescente. Votaria em Behemoth fácil.

Melhor Baterista:
Arin Ilejay (Avenged Sevenfold)
Brad Wilk (pelo trabalho com o Black Sabbath)
Chris Adler (pelo trabalho com o Protest the Hero)
Matt Halpern (Periphery)
Mike Portney (The Winery Dogs)
Vinnie Apice (Kill Devil Hill)
Opinião. Complicada essa. Teria que dar uma observada mais a fundo pra não ser injusto com os outros.

Som do Ano:
"Lift me Up" (Five Finger Death Punch)
"Going to Hell" (The Pretty Reckless)
"Hail to the King" (Avenged Sevenfold)
"Hollow" (Alice in Chains)
"Shadow Moses" (Bring me the Horizon)
"You're Not Alone" (Of Mice & Men)
Opinião: "Hollow" perdeu???

Atleta mais Metal:
Josh Barnett (UFC)
Derek Garland (Motocross)
Grant Balfour (Baseball)
Stephen Curry (Basquete)
Tony Alva (Skateboard)

Tuukka Rask (Hockey no gelo)
Opinião: votaria fácil no doido do Derek Garland mas deveriam colocar o Rogério Ceni.

Pêmio Dimebag Darrell de Melhor Guitarrista:
Synyster Gates e Zacky Vengeance (Avenged Sevenfold)
Head e Munky (Korn)
Jason Hook e Zoltan Bathory (Five Finger Death Punch)
Jerry Cantrell (Alice in Chains)
John Petrucci (Dream Theater)
Tony Iommi (Black Sabbath)
Opinião: Outra sacanagem aqui de colocar Tony Iommi. Tirando o mestre ficaria na dúvida entre Cantrell e Petrucci.

Álbum do Ano:
"13" (Black Sabbath)
"...Like Clockwork" (Queens of the Stone Age)
"Hail to the King" (Avenged Sevenfold)
"Outlaw Gentlemen & Shady Ladies" (Volbeat)
"The Paradigm Shift" (Korn)
"The Wrong Side of Heaven and the Righteous Side of Hell, Volume I and II" (Five Finger Death Punch) 
Opinião: "13" ou "...Like Clockwork"? 

Prêmio Ronnie James Dio de Conquistas na Vida:Axl Rose
Opinião: Me recusaria de dar um prêmio desses para o maior babaca do rock.

"Implode" a nova bagaceira sonora do Slayer


E na festa do Revolver Golden Gods quem apareceu de surpresa foi o Slayer tocando sua mais nova canção chamada "Implode". A primeira música inédita em cinco anos e também sem seu guitarrista original, Jeff Hanneman, falecido em 2 de maio do ano passado.
Muito tem se falado do próximo disco do Slayer, marcado para 2015 e o puco que se tem notícia é eles mudaram de casa. Saíram da Def Jam/American Recording de Rick Rubin, no qual tinham parceria desde Reign In Blood, de 86, para a Nuclear Blast. A produção também parece ter mudado já que até aqui o nome de Rubin não foi falado. Por enquanto ela está nas mãos de Greg Fidelman (que também produziu "World Painted Blood") e o figura lendária Terry Date (produziu discos de gente como Metal Church, Soundgarden, Pantera, Helmet, Prong, Soulfly e White Zombie).
Escuta a bagaça, mas se quer ela direto da banda, clique aqui.

Led Zeppelin: novas edições de luxo e zero show

(fez frio de doer, agora sol) A matéria toda é focada nas novas edições dos três primeiros discos que os remanescentes do Led Zeppelin trarão as lojas dia 3 de junho. Tem pra tudo que é bolso, desde o furado ao cheio. Para aquele novo conhecedor da banda ao fã mais despirocado. 

Jimmy Page e Robert Plant, guitarrista e vocalista de uma das bandas mais famosas desse planeta deram entrevista para a BBC News para falar mais sobre as escolhas que fazem parte das novas edições e, ao serem questionados se haveria um novo show pelo futuro e, para a tristeza de muitos fãs, a resposta de Plant foi simplesmente "zero".
O último show da banda aconteceu em 2007 no Concerto em Tributo a Ahmed Ertegun (fundador da Atlantic Records, presidente do Rock and Roll Hall of Fame, co-fundador do antigo New York Cosmos e uma das mais significantes figuras da indústria fonográfica moderna). Sem fazer pesquisa, lembro que a banda só concordou em tocar por causa do próprio Ahmed que, logo que ouviu a primeira demo da banda, preparou um contrato que faria do Led Zeppelin o que ela é hoje.

Voltando as edições. Como está ficando comum, o lance não é apenas soltar uma nova edição de um disco antigo e por nas lojas. Tem que ter talento também, e luxo, muito.
Um CD apenas, com capinha caprichada custa 9 dinheiros americanos na Amazon (nesse link já tem todos os modelos e valores), mas, se você for aquele cara que é doido pela banda ou por edições de colecionador, a versão Super Deluxe Edition Box é de pirar. Para dar de exemplo, na caixa do Led Zeppelin I contém 2 CDs (o álbum regravado e o inédito show no Olympia, França, de 1969) com a capa original e a outra com seu negativo, três LPs de 180 gramas (no mesmo formato do CD) com a capa impressa do original em alta qualidade (apenas os primeiros 30 mil serão numerados), um HD com o show de 1969 e do disco original, um álbum capa dura com 72 páginas e réplica do kit de imprensa. de época custando 118,98 dólares (265,55 Dilmas na cotação de hoje). Um dos kits completos mais baratos que tenho visto nesses tempos e cada um com alguma coisa nova de extra.
Cara, esse é a pirâmide invertida mais torta que já fiz!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Historinhas que só o rock proporciona: O primeiro show de Sarah Churman

Imagem: Sarah Churman Facebook

(tá quente mas também nublado) Sarah Churman é uma texana de 31 anos. Mais de 10 anos de casamento, mãe de duas meninas. 
Alguns dias atrás ela, junto com seu marido, Sloan, foram a um show que teve Megadeth e Motörhead

Sarah Churman postou isso em seu blog: "Recentemente passamos alguns dias em Vegas graças ao líder do Megadeth, Dave Mustaine. Essa foi minha primeira viagem para Vegas e meu primeiro show de rock. Foi bem alto, mas bom!!! Ficamos impressionados com sua habilidade com a guitarra!!!" 
Sarah Churman nasceu surda.
Três anos atrás, graças a um aparelho implantado diretamente em seu canal auditivo, ela pôde, pela primeira vez, ouvir o som ao seu redor. 

A reação dela ao se ouvir pela primeira vez, que tenho certeza que foi um dos dias mais importantes para Sarah, pode ser visto aqui. Até agora o vídeo foi visto mais de 21 milhões de vezes.
Dave Mustaine foi um dos que viram.

Assim como muitas pessoas, ele se emocionou e disse em entrevista, junto com Sarah, para o programa The Morning Blend, da KTNV, afiliada da CBS em Las Vegas. "Essa é uma história que toca no coração ao ver. Eu me considero um tanto severo, mas rola uma pequena lágrima quando eu vejo o vídeo dela sendo capaz de experimentar o que todos nós já conhecemos. Aí alguém disse 'Sabe, atualmente ela gosta de sua música' e isso foi ótimo... e descobrimos que ela era mesmo fã. Nós nos conhecemos e dissemos o quão afortunados somos de fazer parte de sua vida nessa sua nova fase."
Sarah disse no mesmo programa que a música sempre fez parte de sua vida e que seu pai colocava rock anos 80 e ela sentia as vibrações. "Você pode ficar em cima de um amplificador com um volume alto e sentir as batidas", disse Sarah. Seus pais e amigos lhes mostravam algumas letras e ela as memorizava tentando cantar no tempo da música.

Curioso é que uma das músicas favoritas de Sarah é "No More Mr. Nice Guy", do Alice Cooper. Mas cantada pelo Megadeth.
Sarah lançou um livro para contar sobre essa experiência com o ótimo nome de "Powered On: The SOUNDS I Choose to Hear and the NOISE I Don't" (numa tradução livre: "Ligando: Os SONS que escolhi ouvir e os BARULHOS que não") a venda na Amazon e com ótimas avaliações de quem comprou. Pena que ainda não tenha saído traduzido pra cá.