sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Morre Ray Dolby, criador do efeito surround

Imagem: Dolby
(um típico dia que não merecia acabar) Para quem pegou a "era" das fitas cassete, sabe muito bem de quando alguém trazia uma que tinha o logo da Dolby, geralmente as modelo NR (redutor de ruídos). "Essas são fantásticas!" E os aparelhos de som então? E os filmes? Tem o símbolo, quer dizer que tem qualidade sonora. Sem a colaboração, desenvolvimento e testes laboratoriais iniciados pela empresa, fico imaginando onde estaria o IMAX.
Pois o criador da Dolby Laboratories, Ray Milton Dolby, faleceu em sua casa em San Francisco depois de anos com o mal de alzheimer e pouco tempo após a descoberta da leucemia. Tinha 80 anos.
E tudo começou quando ele fez parte da empresa Ampex que produziu a evolução do alemão magnetophon: o gravador de áudio de rolo ou toca-fitas de rolo. Isso pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Logo, em 1956, a fita chamada de quadruplex que tinha como qualidade ser mais prática e que acabou virando um sucesso comercial.
Pelo seu trabalho feito na Ampex, Ray se tornou bacharel em ciências em engenharia elétrica pela faculdade de Stanford e em seguida, a pós-graduação para seu Ph.D. em física em Cambridge.
Estava na hora de voar com as próprias asas.
Chega 1965 e, na Inglaterra, é inaugurada a Dolby Laboratories e logo lança o primeiro produto, o Dolby 301 e seu Type A, um redutor de ruídos para o mercado profissional. três anos depois veio o modelo voltado para o público chamado de Type B e assim começava a se formar a saga da Dolby.
Bem, para não enrolar demais, vamos para aquela parte das curiosidades que todo mundo gosta, mesmo sendo muito dela uma coisa meio técnica.
O primeiro filme a utilizar o sistema de redução de ruídos foi "Laranja Mecânica" (1971)
Em 1975 aparece a revolução do som: o Dolby Stereo. Enfim dentro de uma única fita era possível dividir dois canais separados de som. Dois anos depois sua sonoridade seria aclamada pelos filmes "Guerra Nas Estrelas" e "Encontros Imediatos de Terceiro Grau". Apesar de que um modelo primário foi usado na trilha sonora de "Lizstomania" (75) e uma versão mais elaborada em "Nasce Uma Estrela" (76).
Em menos de 10 anos, 6 mil cinemas ao redor do mundo já utilizavam a tecnologia Dolby e em 1982 a nova revolução o Dolby Surround. Sistema equivalente ao usado nos cinemas mas para uso doméstico e em 1987 o sistema Dolby Pro Logic com sistema de quatro canais separados. Pronto. A sua casa poderia ser um verdadeiro cinema.
Mais (r)evoluções vieram para agradar aos ouvidos desde o sistema 5.1 (que consiste no som comum direito e esquerdo com sinal surround mais um central) usado até em celulares, o 7.1 (usado pela primeira vez no filme "Toy Story 3", de 2010) e o último lançamento, o Dolby Atmos que apareceu em outro filme da Pixar, o "Valente" (2012).
Por todo o trabalho feito pela indústria, Ray recebeu da Academia, o Oscar de Mérito em 1989 por "sua contínua contribuição para o som e filmes" (Já havia recebido a placa da Academia 10 anos antes). No mesmo ano um EMMY pela NATAS (Academia Nacional de Televisão, Artes e Ciências), outras dezenas de prêmios e terá seu nome cravado na Calçada da Fama de Hollywood em 2014.
"Todo ria do que estávamos fazendo ao criar um gravador de vídeo. Você não imagina a quantidade de piadas que haviam em 1952 quando tentávamos construir nosso primeiro gravador de fita de vídeo. Digamos que íamos até o refeitório ou a cafeteria pra tomar um pouco de café e os outros engenheiros diziam 'eles continuam trabalhando naquela coisa? Isso nunca vai dar certo.'" Ray Milton Dolby (1933 - 2013).

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