segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Jason Becker: Não morri ainda

É como um dia após o outro. Leio o jornal, sento no computador e começo a procurar algumas notícias que me interessam ou acho que vai agradar a alguém. As guias (esses marcadores de sites acima da tela) chegam a ter 10, 12 links abertos e meus olhos procuram e procuram.
Sei que posso alongar a matéria em questão falando de como opero meu trabalho, mas não posso deixar de mostrar como as coisas funcionam e como acabam acontecendo.
Tinha acabado de fazer o post abaixo e resolvi dar uma olhada no que mais seria interessante. Tinha em mente comentar sobre o acidente de moto de Billy Idol que aconteceu 22 anos atrás, que seria um gancho para a música L.A Woman, cover que ele fez do The Doors - particularmente muito boa - e que ainda mostra Idol se recuperando e andando com sua bengala. O clipe é um exorcismo do que rolou e todos sabemos que ele está aí, tocando e fazendo shows, mas sem querer conheci a história de Jason Becker.
No blog do Decibel Magazine estava "Not Dead Yet", algo como "ainda não morto" e mostra que será lançado o documentário de Jason Becker, um cara que ainda criança havia se tornado um virtuoso na guitarra. Um monstro que comia as cordas da guitarra. Esse é apenas o começo.
Tocando num show de talentos na escola a música "Black Star", de Yngwie Malmsteen, fez amizade com Marty Friedman (ex-Megadeth) e logo lançaram o duo Cacophony em 1987. Jason tinha 16 anos.
Lançaram dois discos e excursionaram pelos E.U.A, Europa e Japão. Foram apenas dois discos ("Speed Metal Symphony", de 87 e "Go Off!", de 88) e depois partiu para carreira solo.
Convidado para tocar no lugar de Stevie Vai na banda de David Lee Roth, parecia que ele tinha tudo para conquistar o mundo com suas técnicas impressionantes na guitarra com apenas 20 anos. Já era considerado para entrar no prêmio da revista Guitar Magazine como Melhor Guitarrista Novato. Pouco antes de começar a turnê do novo disco de David ("A Little Ain't Enough"), Jason começou a sentir o que ele chamou de uma "mancada preguiçosa" (a "lazy limp") na perna esquerda e pouco depois foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou doença de Lou Gehrig, uma doença neurodegenerativa que vai fazendo aos poucos com que a pessoa perca seus movimentos. É a mesma doença que afetou o físico Stephen Hawking.
Aos poucos, Jason foi perdendo os movimentos da perna, logo foram os braços e chegou à voz. Deram de três a cinco anos de vida. Mas ele não morreu... e continua fazendo música!
Seu amigo, o produtor musical Mike Bemesdefer, sabia que, mesmo com o corpo de Jason totalmente incapaz, sua consciência e capacidade musical ainda estavam lá, então preparou junto com o pai de Jason, Gary Becker, um programa musical de computador que poderia responder e compor canções apenas com o que ainda restava de Jason: os olhos.
Jesse Ville, diretor do documentário disse: "A história de Jason é interessante porque não é a típica história de rock stars. Não é o tipo de história do músico-depois-de-famoso-entrou-nas-drogas-quase-morreu-e-depois-se-redime que a gente vê sempre.
O fantástico de tudo isso, se é que há algo mais fantástico depois dessa história, é o humor que sai desse cara que, mesmo não tendo como tocar o instrumento que lhe deu fama, ainda tem tempo para rir de si mesmo.
Minha nossa! 

'Jason Becker: Not Dead Yet' [Film Trailer] from Jason Becker: Not Dead Yet on Vimeo.

2 comentários:

  1. Tive um familiar com esta doença (ELA), e sei como é terrível. A doença, deste familiar, começou aos 74 anos e a morte foi aos 75 anos. Desejo ao Jason que consiga passar por esta situação da melhor maneira possível. Pelo que li, ele é um grande sujeito, uma pessoa especial. Toda a sorte do mundo para ele.

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  2. Jason Becker é genial , caras que nem esses só nascem de 1000 em 1000 anos ...

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