quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Anthrax em SP e uma historinha do arco da velha

Confirmado em seu site a presença do Anthrax em São Paulo dia 27 de abril. O grupo que retornou com o vocal de Joey Belladonna - sua última gravação foi com o disco "Persistence of Time", de 1990 - toca no HSBC Brasil junto com Misfits (nosso arroz de festa) e a brasileira decana Torture Squad. A última vez que vieram para o Brasil foi em 2005 para a divulgação do até último álbum "We've Come for You All", de 2003 e com John Bush. Esse show também rola no Rio, dia 22, e em Porto Alegre, dia 25.
Já era esperada a vinda deles pra cá. Já fazem parte do Metal Open Air e nada mais justo dar um salve aqui na parte sudeste do Brasil, afinal já se passaram nove anos sem dar as caras por aqui.
Vamos lá então para nossas bobageirinhas. Cousas que a gente faz por uma banda que a gente gosta e que, depois de feito, não tem volta, fica na história blá blá blá.

Os caras vieram pra cá na turnê do disco "Sounds of White Noise" o primeiro sem Belladonna e com John Bush nos vocais. Puta lançamento e a música escolhida para chefiar esse disco foi a fantástica "Only". Cabe lembrar que nessa época as rádios rock (89FM, 97FM, Brasil 2000) tocavam em sua programação normal desde o pop rock até as músicas mais barulhentas sem a necessidade de um programa específico para cada estilo e os tais programas eram fenomenais como alguns poucos são ainda hoje.

Quando saiu "Only" nas rádios e na MTV, ficamos de cara doidos pelo disco. Cantávamos aos berros, air guitar, air drums, bang... putz... só de lembrar...

Daí foi anunciado a vinda deles pra cá. Tocariam na antiga meca dos shows em SP, o Olympia em 15 de junho de 93 (obrigado, google) e lá fomos nós para a Lapa. 
Vejam, eu tinha 16 anos. Um adolescente sem dinheiro suficiente para o ingresso mas fomos assim mesmo, sentindo uma inveja estúpida daquela fila de gente entrando e nós, do lado de fora.

O show começou e percebemos que havia umas vinte pessoas na mesma situação que a nossa então, o que fizemos? Como não nos restava muita coisa, colocamos nossos ouvidos nas parede do Olympia para ouvir o que dava. Ficamos até o fim desse jeito.

De qualquer forma, no final e com o pessoal já sumindo das ruas, os vendedores começaram a baixar o preço das camisetas mas ainda acima do que eu tinha no bolso. A conversa que fiz com um dos vendedores foi mais ou menos assim:
- Quanto é a camiseta

- 16 (uma suposição, ok?)
- Tenho 12. Dá para vender?
- Não.
- Poxa. Vende pra mim. Ninguém mais vai comprar e suas camisetas vão encalhar.
- Não
- Então me vende a mais podre que você tem. Tô vendo que tem uma desbotada aí.

Ele olhou, pensou e.

- Tá bom, te vendo a feiosa por 12

E assim fui embora, com a camiseta com a estampa borrada feliz da vida e falando pra todo mundo que eu assisti o show feliz da vida.

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