quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lido

Fazia tempo que não colocava nada aqui, mas o verdade é outra. Já passou uns três livros e acho meio estranho comentá-los depois que o cérebro meio que esfria. Então, para não me pegar no branco, comento sobre o penúltimo livro que passei os olhos: "O Cavaleiro da Esperança" (Círculo do Livro, 20ª edição, 1979, 354 págs) , de Jorge Amado.
Lançado originalmente em 1942 a biografia poética do baiano fala sobre o líder comunista Luiz Carlos Prestes, conhecido por liderar a famosa Coluna Prestes e que se encontrava preso nesse tempo.
A biografia tem um jeito nada modesto de falar de Prestes. Como que falando com uma moça perto do cais ou de uma praia, Jorge Amado tece as memórias e todo o trajeto de vida do "Cavaleiro da Esperança" de uma forma que o engrandece pela milionésima potência. 
Prestes é colocado como um semi-deus, aquele que nunca falha, um exemplo de brasileiro, de herói, mito.
São absurdamente belas palavras. Trancadas numa história que remete ação, atitude, honra e coragem de um ou mais personagens. O contrario, chamados de inimigos, são todos monstros, seres imbecis e/ou traidores não de um homem, mas de uma nação.
Estamos falando das linhas de Jorge Amado, conhecedor das mais belas frases que chega a emocionar e encantar qualquer um que o lê mesmo sendo cético com a história do "Velho". 
Jorge também usa muito da pesquisa bibliográfica para construir o enredo e história, porém, deve-se prestar muito cuidado com o que se lê. Logo na "Introdução com Rimance e uma Nota só", na parte da "Nota" está escrito com uma sinceridade loucamente taxativa: "Este é um livro escrito com paixão, sobre uma figura amada. E, quanto ao equilíbrio e à imparcialidade, de referência a Luiz Carlos Prestes são coisas que não se faz necessário medir. Porque nele os lados negativos não surgiram nunca, nem nos dias de luta, nem nos dias de triunfo, nem nos dias de prisão, esses dias que despem o homem de todas as capas artificiais e o colocam nu nos seus verdadeiros sentimentos"
É uma pusta história, sem sombra de dúvidas, mas duvidoso em sua sinceridade. E isso não quer dizer que não o indicaria para leitura. O cara escreve que é de dar inveja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Detone! Fale o que quiser, xingue o dono, seja feliz e troque ideias