terça-feira, 12 de abril de 2011

Há 40 anos atrás é anunciado o fim dos Beatles

(friozim ontem, azul hoje) Dia 10 de abril de 1970, Paul McCartney apareceu na Apple para dar a entrevista que mudaria (??) a vida dos pobres mortais: ele estava dando o fora dos Beatles, assim, os Fab Four fechariam um ciclo mundialmente monstruoso de sete anos de poder, dinheiro e discos vendidos em milhões de cópias. Acabava a "banda mais importante do mundo".
Internamente a banda não ensaiava mais, os integrantes haviam meses sem se ver e as gravações do último disco "Let it Be" foi feito aos poucos e quase no mesmo dia em que Paul, John e Ringo começavam suas carreiras solo. Tanto é que o primeiro disco de Paul saiu sete dias depois do anuncio final e de forma dramática ou cênica, dependendo do ângulo que vemos.
Na página digital da Rolling Stone, David Browne comenta sobre seu livro e passa aos leitores um resumo sobre os últimos dias antes do fim da banda, que, como um grupo, nem existia mais.
Começou com os problemas de data de lançamento do disco de Paul logo depois de "Let it Be". Como conciliar o lançamento do disco da maior banda do mundo com o do cara que tocava nela? Quem ganharia e quem perderia?
Allan Klein, empresário da banda, se preocupou com esse ponto e rapidamente pediu uma reunião com a EMI para que atrasassem o lançamento de Paul. Um dia se passou e foi concordado em se fazer isso (atrasar o disco de Paul).
Para avisar Paul do atraso, sobro para Ringo Starr levar uma carta em sua casa escrita pelo resto dos Beatles avisando sobre essa decisão: "Ficamos muito tempo pensando sobre os seus discos e o dos Beatles e decidimos que seria estúpido para a Apple lançar dois enormes álbuns com sete dias de diferença um do outro... Pedimos desculpas pela mudança, não é nada pessoal." Antes de perguntarem, é claro que Paul ficou puto da vida. Ele ficou tão chocado que berrou e mandou Ringo "embora". A cousa deveria ter sido tão feia que Ringo chegou a propor a banda que "Let it Be" fosse lançado com um atraso de mais um mês.
Pra piorar o que já estava ruim, Allan Klein contrata o cabeleira Phil "muro de som" Spector para finalizar as gravações que faltavam de "Lei it Be" e colocar outras na música "The Long and Winding Road", escrita por Paul sem ele saber... pressa talvez, mas imagina como a situação ficou e, se não imagina, é só procurar a confusão toda nesse blógue.
Dia sete de abril, os advogados de Paul anunciam o lançamento do álbum "McCartney" e, nesse mesmo dia foi agendado para dia 10 o encontro depois de meses dos quatro membros para discutirem os detalhes do filme de "Lei it Be". 
No dia oito, Paul entrega a alguns jornais um novo anuncio, dessa vez avisando que ele estava saindo da banda, mas pediu para que isso só fosse revelado dia 10. Lógico que no outro dia já começava o vazamento da notícia bombástica.
Dia 10 o assunto já se torna mundial. Todos já começam a aceitar - ou não - que aquela banda que modificou o pensar, o agir e a indústria musical começa a dar adeus para impressionante saga. Claro que a tal reunião marcada para esse dia com os quatro membros da banda sobre o filme do derradeiro álbum não aconteceu.
Nos jornais do outro dia já havia a história estampada nos cadernos o fim da banda. No Folha de São Paulo, o primeiro parágrafo diz o seguinte: "Paul McCartney rompeu com os Beatles e desfez o conjunto mais importante da história da música popular moderna ao retirar-se hoje para uma carreira de músico e homem de família."
No fim, seis dias depois da separação oficial, Paul, sempre ele, acabou dando uma nova entrevista depois de passar esses últimos dias sendo considerado por todos como o culpado pelo fim da banda. Foi nessa entrevista que de vez o nome de Yoko Ono entrou nos anais da história "beatânica" (sacaram?) e soltou a frase que muito pode dizer sobre os últimos dias ou até meses e, quem sabe, anos: "Eu não deixei os Beatles. Os Beatles deixaram os Beatles mas ninguém quer ser aquele que disse que a festa tinha acabado."

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