terça-feira, 29 de março de 2011

Iron em São Paulo

Esse é mais um daqueles shows inesperados para mim.
Não fiz o mínimo esforço para ir nesse show. Tive a chance de assistir a banda em pelo menos três oportunidades (96, 2001 e 2004) e achei que já estava suficiente. No fundo não me via tão empolgado pela banda como antes. Hoje, ainda mais por causa da internet, há muita cousa para se ver e muita cousa realmente boa. Nada contra o Iron Maiden. Nem dá para ter algo contra.
Falei que foi inesperado. Pois é, pois é, na vida acontece cada encontro de destinos ou uma janela/porta que se abre mostrando que não adiantar dizer nunca. Tudo pode ocorrer a qualquer momento. Até um mensagem de um amigo avisando que existe um sítio vendendo ingressos para o show por menos da metade do preço. Um tal de Palito de Dente.
Que catzo é isso? Uma brincadeira? O ingresso, que custava 190 paus por 69,90? Se for verdade ai vira. Já paguei por ingressos mais caros mas pagar o preço original por uma banda que já vi outras vezes... era disso que estava falando. Acho que perde ou se aproxima apenas do Bad Religion, mas esse já perdi as contas de quantos eu fui.
69,90! Preço que paguei recentemente  pelo Sick of it All e pelo D.R.I. Bandas grandes em seu estilo mas longe da vista da turma de Steve Harris em popularidade seja isso bom ou ruim.
Comprei, imprimi o documento. Agora era esperar.
Sábado, dia 26. Perdi o treino de Fórmula 1 e quase o horário de trabalhar. A cabeça estava mais em pegar logo o maldito ingresso. Só com ele nas mãos ficaria tranquilo, mas foi fácil. Havia uma bilheteria apenas para  o Palito e na minúscula fila deu para conversar com um dos caras que faziam parte da empresa e estava tirando fotos da galera que pegava o "passaporte da alegria".
O Palito é uma empresa nova. Tem seis meses de vida e conseguir os ingressos mais baratos para o Maiden foi o grande trunfo. Recordes de visitas. "É que o Iron Maiden lota!", foi o que disse um cara que estava lá perto. Claro que não era isso. Visualmente, o show do AC/DC tinha muito mais gente.
"Conhecemos um cara e ele falou que havia ingresso encalhado. Nós nos prontificamos de vendê-los", disse o cara do Palito enquanto ouvia dos que estavam lá para tirar o ingresso o quanto estavam agradecidos pelo preço muito mais acessível. Antes da despedida,a  foto. Essa do post.
Ainda era cedo para entrar no estádio. Nem me preocupo com filas e entro quando a banda de abertura (Cavalera Conspiracy) está para subir no palco. Bom para conhecer pessoas, ver o movimento, o tempo mudando e o pessoal cada vez mais empolgado com a conversa girando na maioria dos casos em apenas a banda da noite. Falei com gente do interior, que veio de longe numa grande carreata. Gente acompanhando seus filhos ou dividindo o momento.
E a hora vem chegando. Pega fila e estamos dentro do Morumbi. Ótima noite, ótimo tempo e ótimas pessoas mais porque a maioria são já velhinhos, com seus filhos, netos até e os amigos desses.
Cavalera toca. Já os vi no SWU e achei sensacional. Dois discos lançados, um pouco de Sepultura (Roots Bloddy Roots e Troops of Doom) e a impressão de que estão com as músicas mais legais do que a banda pioneira. O que me vem a cabeça de achar que os irmãos são a verdadeira força por trás do Sepultura.
Iron sobe com a abertura de seu "The Final Frontier". Confesso que não conheço nenhuma música e fico olhando a agitação. Muitos conhecem e cantam as músicas desse disco que, pelo que me pareceu veio numa bela sequência. 
Diferente de outras bandas, o Iron, mesmo com tanto tempo de carreira, é o único que se dá ao luxo de não utilizar telões de ultra definição, fogos & frescuras muito utilizados pela maioria - senão todas - das bandas do mainstream. O show é basicamente eles pulando e correndo e interagindo com o público. Ninguém nem repara nesses detalhes que tiram a atenção do povo enquanto o grupo, cansado, aproveita que está todo mundo de olho nos telões para tomar uma água, passar uma toalha ou um pouco de oxigênio. Numa entrevista recente, disseram que tinham que agitar mesmo porque suas músicas não tocam na rádio. Uma verdade triste para um grupo que não precisa provar nada para ninguém e, no fundo, oras... que se lasquem essas rádios. Que toquem sempre "The Number..." ou "Fear...". 
André Barcisnki, escrevendo para a Folha, colocou como título "Em noite nada memorável, banda faz show protocolar". Avaliou como "regular" o show. Não tiro sua opinião. Foi um grande show mas foi aquilo que todos esperavam. Quem foi pela primeira vez deve ter adorado, quem já foi em outras ou também adorou ou meio que já sabe como será seu final e eu me incluo nessa última opção. Bis com "The Number of the Beast", "Hellowed Be Thy Name" e "Running Free". As mesmas de todos os outros anos, mudando uma posição ou outra ou inserindo "Iron Maiden". Essa ficou para fechar o set list antes do bis. 
Um bom show. Mas os problemas de sempre no Morumbi para voltar para casa quando se necessita de transporte público. 
Para fechar: depois de pagar um preço baixíssimo pelos ingressos fiquei pensando que hoje a ordem das cousas começam a mudar. Não adianta garantir o ingresso. O certo é esperar até o último instante. Mesmo que tenha os ingressos se esgotado. Batata. Quatro shows dos caras! Poatz!
Up the Irons.

2 comentários:

  1. Alê e os ingressos baratos... No final vc sempre consegue, seja do segurança, do desistente e agora dessas empresas de promoções via internet...

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  2. Poatz, nem me liguei dessas outras "formas" de entrar! Isso que já ganhei ingresso pro Pantera ligando pra rádio. Acho que estou ficando craque sem querer!
    Só falta me darem ingressos. Xiii, já me deram!

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