quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Lido

O livro Vida (Life - Editora Globo, 640 págs) de Keith Richards e James Fox é mais do que a biografia do guitarrista do Rolling Stones, sua saga, suas maluquices, mulheres e lendas. Você recebe mais informações do que imagina.
Já de antemão digo isso porque o que me pegou mesmo foi perceber - apesar de ter sacado a muito isso mas sem ter nenhuma certeza - que ver a história de Richards/Rolling Stone é entender o início, o nascimento do rock'n'roll, fale bem ou fale mal.
Sim, porque vemos Richards ainda jovem caindo no gosto musical pelo seu avô. Descobrindo o blues e o jazz americanos, nada havia na Inglaterra pós-guerra, e tecendo os grandes nomes do momento como Jerry Lee Lewis, Albert e BB King, T-Bone Walker, Chuck Berry, Buddy Holly e a mudança: Elvis. A diferença brutal de uma Inglaterra e um Estados Unidos.
Do início da banda até a metade, quando já eram reconhecidos e ricos é a grande fase do livro. Nomes, locais, diferenças culturais são colocadas de forma muito inteligente e fácil de ser digerida no contexto geral. Após essa parte, a parte do "super" Rolling Stones, tudo gira em torno da banda e no que acontecia dentro dela e no convívio entre Keith e Mick Jagger. Claro que há outras cousas como o que de fato rolou entre eles, a banda X-Pensive Winos, partes enormes e detalhadas de como quando ele descobre a afinação aberta e outros fatos como o show em Altamont (aquele dos Hell Angels), Beatles, Piratas do Caribe, as cinzas de seu pai e as diversas figuras que o rodeiam (ou rodearam).
Alguns são de chorar de rir, outros de uma tristeza danada. O uso de heroína, as recaídas, os tombos, o gato selvagem, os riscos, a vida em si. Nem vou falar demais com receio de estragar as milhares de surpresas e detalhes e fotos.
Apesar do tamanho do livro parece que ele nem é tão grande assim de tão rápido que se passa as páginas e, não, as fontes são do tamanho normal. Afinal esse é um cara que tem  muita cousa pra lembrar e contar. Não gostei foi da capa que mudaram a fonte do original "Life" por uma bem simples para a versão nacional. Poderiam usar uma próxima... veja só a cousa que não gostei!!
Cara, acabei tendo uma simpatia muito maior pela banda e, aquela imagem de que Richards era um tremendo retardado tapado, foi-se. Amém.
Ah, o "tombo trepando no coqueiro" foi noticiosamente exagerado. Foi um negócio tão bobo que nem ele acredita no que fizeram com o assunto.

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