
(chove...) Chuva em São Paulo é impressionante mesmo. Preciso desabafar.
Antes de sair do serviço já vi que a chuva me daria trabalho já que ela veio forte. Chuva dá trabalho na cidade até quando garôa. Na cabeça: "Thunderstruck". Sabe como é.
Pego o guarda-chuva, recebo aqueles recados de "boa sorte". Deveria receber um "muita paciência" pois nem saí direito de dentro da área do serviço e já me peguei brigando com o vento, a chuva e o guarda-chuva. Puta duelo! O guarda-chuva ia e vinha, me puxava para todos os lados - eu, que sou magro achei que ia decolar - e já me preocupei. Maldita "Sonne" tocando.
A chuva deu uma trégua, melhor dizendo, reduziu sua força e lá fui eu para o ponto. Nem na saída pude fazer o caminho normal de tanta água na calçada. O jeito foi andar na rua mesmo.
No ponto, espero coisa de 20 minutos. Não há muita gente no ônibus. Nesse momento, geralmente durmo para acordar próximo do meu destino, a estação Clínicas. A viagem normal rola entre 40 a uma hora mas já sabia que dessa vez seria mais longa.
A rua Teodoro Sampaio tem um ponto de ônibus irritante. Pessoas que param sem dar sinal, param para comer, ver brincos e tudo no meio da caminho. Na chuva é pior. Há, próximo a esquina do Hospital das Clínicas, um bueiro com uma chapa de metal que, cai uma chuva qualquer e ele transborda. Transborda pacas! Já vi gente sendo levada pela água que sai dela.
Nesses dias de chuva nem paro lá. Além da água, que vai tudo para a calçada por causa dos ônibus - é batata ser lavado por essa "onda" até a canela -, o perigo de cair é grande, principalmente para crianças, idosos e moças de salto alto. Isso sem falar na "guerra de guarda-chuva". Não tem nem como desviar direito.
Passo um ponto a mais fazendo o contra fluxo adiante. A caminhada é maior mas mais tranquila e sem a guerra nem o dilúvio. Dá para acender um cigarro...
Vejo que cheguei ao metrô com um atraso de 40 minutos e que também estou com um pouco de sorte: há um banco para sentar nele e me dá um prazo para ler. Até aqui, tirando a chuva, até que não está tão ruim.
Até parece!
O Terminal Sacomã é novo mas a galera é folgada, apressada, estúpida, grossa, um bando de delinquentes de carteira assinada. Vou melhorar o que acabei de dizer utilizando a máxima que, sim, não são todas as galeras que agem assim, tem gente do bem. Vale contar que a chuva, o empurra-empurra, o tempo maior para chegar em seu destino meio que acaba com o humor de todo mundo. Desculpem mas o desabafo é meu.
Voltando. Escada rolante... é tanta gente que é normal eu "me deixar" atrás, sendo um dos últimos a subir. Coloco o pé na escada, ela mal começa a me levar e tropeço de leve: a escada deu pau, parou.
Isso me deixou numa situação complicada numa parte do sentido da vida: Digamos que haja um incêndio e as pessoas desesperadas procuram todas as saídas. Nesse momento deixo-as passar. Resultado: sou o último a sair e o primeiro a virar churrasco. É isso.
Não só ela! As duas longas escadas que dão para rua e para a direção do terminal de ônibus também! O formigueiro nessa parte estava no limite, cheio porque lá também há a fila para qem pega a ponte orca: ônibus que leva os passageiros para a estação de trem Tamanduateí e olha que nem cheguei no tal terminal.
O tal terminal é onde rola o Expresso Tiradentes, que um dia foi Fura-Fila e depois Paulistão, dependendo da gestão paulistana. Chamo o negócio de "Siri de Ohtake" e, surpresa! Está entupido de seres humanos!
O ônibus demora para chegar. Deve estar preso no tráfego. Vejo o marcador em forma de "T" que informa o tempo previsto da chegada do ônibus, horário etc. Lembro que o da minha linha, o Jd. Celeste/ Maria Estela nunca funcionou direito. Aparece sempre uma imagens que poderiam ser de origem na'vi ou wookie, menos português. A data nunca foi exata. Está sempre marcando dois de agosto de 2000 e lembre-se que o lançamento do terminal foi em 2007!
As pessoas estão gritando, xingando. Culpam os atendentes do terminal como se eles tivessem poder policial. Tudo está tenso. 300 pessoas entrando numa condução que servem 150 e eu nunca entendi essa vontade de entrar. É preferível suportar o aperto, o clima abafado do que esperar o próximo chegar.
Chega meu ônibus. Por ser do contra e esperar mais que o necessário para sentar, procuro um banco e abro o livro. Do meu lado um rapaz chora. No corredor dois figuras ficam cantando uma música desses "bondes". Calor.
O rapaz chorão apaga e fica indo com o corpo de um lado para o outro. Tenho que dar uma ombrada singela para ele dar uma parada naquilo. Dá certo.
Chego no meu destino com a sorte de chegar "apenas" uma hora atrasado, abro a porta de casa, como, aparece um amigo, ele vai embora, subo para meu quarto, ligo a TV e vejo Roda Viva, apago ouvindo o barulho da chuva que não parou. Canto "The End".
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