
(de camiseta) Com vocês, meu nariz de cera: Dei uma saída no fim-de-semana e levei minha câmera para registrar a noite já que era aniversário de um grande amigo meu. Sempre faço isso, mas dessa vez a máquina, do nada, pifou, travou o encaixe da fita DV, nada mais queria funcionar com ela aberta. Desanimei e fui embora do local sem nem tê-lo encontrado.
Isso devia ser cousa de umas 2:00 e, como estava a pé, me ferrei. Tive que ficar esperando a volta do funcionamento do metrô.
Fiquei revoltado com a máquina, puto em esperar condução e tal qual uma pessoa que precisa comer para acabar com a impaciência olhei para a banca de jornal (sorte algumas ficarem abertas 24h), fui ao seu encontro e perguntei ao jornaleiro: "Tem o Ranxerox?"
"Não", disse ele.
"Poatz!", disse eu.
Mas eis que meus olhos de lince protegidos por uma lente de mais de cinco graus presas numa armação viu o rosto mais que conhecido do Ranx. Será ele?
Era ele!
O jornaleiro ficou sem graça. Disse que como a revista era nova, deveria ter chegado esses dias e ele não reparou. "Tudo bem , cara-pálida. Me passa esse negócio." E vamos lá.
Ranxerox (Editora Conrad, 192 páginas) vem em edição de luxo, tamanho grande e com a história completa de seus criadores e do cibórgue mais filha-da-puta e carniceiro dos quadrinhos.
Nascido na Itália numa época de grande efervescência cultural e revolucionária, Ranxerox é um não-anti-herói, não é herói de nada. Um robô feito com pedaços de uma copiadora, com uma força destruidora, viciado e Cascolar e que só obedece a garotinha de 13 anos chamada Lubna, com quem também mantém relações sexuais e ajuda a comprar heroína.
Nos quadrinhos de Stefano Tamburini e Tanino Liberatore (mais tarde, Alain Chabat), o lugar onde a história acontece é de absoluta desgraça: drogas, sexo promíscuo, ultraviolência, racismo e Fred Astaire se entrelaçam ao som de Joy Division, Ramones e Devo.
Não é um livro para crianças, claro. Muito menos para quem não gosta de sangue e uma desgraceira dos diabos riscadas em cada página como por exemplo uma criança de colo que recebe um murro na cara de Ranxerox porque ela mostrou a língua para ele dentro do metrô "Foi ela que começou!". Onde passa Ranxerox o rastro é de destruição em megatons e ninguém escapa.
Ranxerox apareceu pela primeira vez na revista underground Cannibale e apareceu em uma outra, mais elaborada, a Frigidaire, dessa vez colorido por Liberatore. Após a morte de Tamburini por overdose, Alain Chabat (diretor de Asterix e Obelix: Missão Cleópatra - 2002) é chamado para dar vida ao último e inacabado capítulo. Aqui mostrou as caras na saudosa revista Animal.
O livro é fantástico mas minha câmera...
Imagem: divulgação
ahushaushaushaushuash
ResponderExcluirAdorei a propaganda. TAnto que já to me organizando para passar na Supernews e procurar o ditocujo, comedor de menininhas e batedor de criancinhas!
E ah!, sua máquina... rsrsrsr
Era 4/11/10, aprox 14 ou 15h, estava num dia tão tranx no trab q resolvi navegar na net e ver os lançamentos literários. Qdo dei de cara com a foto da capa.. chapei! Fui ler os comentários do jornalista, q me deixaram ainda mais curioso, rs..
ResponderExcluirFui à livraria e achei comicsbook, iradoooo! Mto bem feito e mto bem apresentado. o Ranx é qse tão sem noção qto o Alex, de Laranja Mecânica, mas nao se confudem. As imagens são tensas, fortes.... os diálogos tb... cenários sujos e sinistros...sexo, ultraviolência... Não aconselho pra crianças..
Mesmo assim esse filodaputa desse andróide consegue ter carisma! Talvez pq o tema AMOR tb está presentes nessa HQ. ZNORT!
Fábio.
ResponderExcluirCara, fico muito contente de "influenciar" sua curiosidade. Você é mais um que se acometeu de querer ler, saber mais, conhecer novidade, assim como eu fiquei nessa situação ao comprar o Ranx.
Você tem razão. Talvez a história do Ranxerox tenha alguma coisa maior, uma intensidade diferente de outras por causa da paixão sem medida e quase inocente (?) por Lubna.
Uma bela revista, não?