sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lido

(se assim fosse para sempre) Não esperava que "Crime e Castigo" (editora L&PM - 592 páginas) de Fiódor Dostoiévski fosse tão intenso. Um monstro a esmurrar o estômago com páginas dramáticas sobre o indivíduo e suas crises existenciais, sua penitência contra suas escolhas e o pensamento frio sobre os mesmos. A arrogância de Rodion Románovich Raskólhnikov, um brilhante estudante de direito que desistiu do curso pelo mesmo brilhantismo e acolheu-se num cúbiculo imundo, isolado de todos é perseguido pelo pensamento da existência de dois tipos de homens: o ordinário e o extraordinário. Os últimos teriam poderes de se sobressair sobre todas as leis mundanas - inclusive matar - pelo bem da humanidade. Assim ele acaba a utilizando contra Alíona Ivánovna, uma velha usurária, que para ele de nada valia e sua irmã mais nova, Lisavieta, que apareceu inesperadamente. Tudo numa Rússia czarista, atrasada, cheia de bêbados, moradores de rua e tísicos.
Um crime perfeito que ocasiona num castigo psicológico. Entra no enredo o cara que quer a mão de sua irmã, que vem para a cidade de Petersburgo com sua mãe, os amigos não tão próximos, um homem do passado carregado de segredos e inteligência, a polícia e um perito, tabernas, ruas estreitas, o "Mercado do Feno", a Sibéria. Um turbilhão de ideias que carregam cada vez mais a sensibilidade sinistra de Raskólhnikov e o seu resultado final.
São utilizados pensamentos longos e complementados com detalhes pertinentes para que nós, os leitores, acompanhem todos seus pormenores. Locais, tempo e todos os personagens também são esmiuçados visualmente e psicologicamente. Arrepiante suas sinceras opiniões, ótimo sua evoluções.

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