sexta-feira, 15 de maio de 2009

A saga da cachaça - parte "om"


Pois é. Ano passado fizemos um TCC que tinha o título "Cachaça: Bebida Legítimamente Brasileira e à Procura de seu Valor". Ganhamos nota 9. Foi na trave mas tudo bem.

Esse ano, nossa professora e orientadora, Patrícia Rangel pediu para que a gente tentasse ver se o trabalho entraria para um congresso chamado Intercom. Um negócio que visa julgar os melhores trabalhos de várias faculdades federais e estaduais da região sudeste do Brasil.

Fomos chamados, acreditem!

A apresentação era na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como sempre, deixamos tudo para a última hora: passagens, estadias, hostel, tudo. Até aí, tudo normal.

Assim que chegamos no Rio, mais ou menos às 16:00 numa quinta, pegamos um ônibus. Tudo normal. Pedimos para a cobradora nos dar um toque quando chegassemos próximo do Botafogo Praia Shopping que era nosso ponto de referência. A cobradora pediu para que a gente a lembrasse assim que o ônibus passar por um túnel. OK, acho. Aí apareceu uma senhora com uma menina que devia ter uns cinco ou seis anos. Tudo normal.

A senhora pagou a passagem, passou a catraca e levantou a menina para passar por cima da mesma, afinal, acredito eu pelo menos, que criança não paga para utilizar o transporte público. Tudo normal.

E não é que a cobradora disse a essa senhora que ela deveria pagar a passagem da criança! Aí começou a confusão. A senhora na hora falou aos berros "então eu também não pago! Ela tem seis anos. Não paga passagem!"

- Paga sim, disse a cobradora
- Paga não!, disse a senhora
- Se ela não pagar quem paga sou eu.
- Não quero saber. Não vou pegar o ônibus sem a menina.
- Não posso fazer nada.

Aí, a senhora fez a menina passar por baixo da catraca. O negócio pegava fogo. Uma falando e xingando alto uma e outra. Uma doidera. Por sorte, quando passamos o tal túnel, o barraco tinha acabado. Vai saber se a cobradora não se irritaria com a gente e mandaria a gente tomar... o rumo?

Até agora não entendi duas cousas: Não há uma lei que diz que crianças não pagam passagem e, porque a cobradora pagaria alguma coisa se, além de não rodar a catraca - apesar das câmeras do ônibus - a pessoa que passou sem pagar era... uma criança?

Vai saber.

Chegamos no tal ponto de referência e eu estava com um mapinha com os endereços e ruas que passaríamos. Tudo normal.

O tal albergue (hostel é mais bonito, mas é a mesma coisa), o Alpha Hostel, ficava numa rua sem saída de frente com a praia de Botafogo e do lado de mais dois hostels. Pequeno, o que é normal e bacana. Tinha gente de todo mundo, principalmente para o congresso. Fizemos o check in com uma moça grandona chamada Micheline (será que é assim que se escreve o nome dela?) Nos instalamos num quarto dividindo com mais oito pessoas o espaço e lá fomos nós parar para tomar umas geladas no Dolce Panne com uma senhora vista.

Ligamos para nossa professora que estava em outro lugar mas próximo de nós. Nos encontramos e ela estava com uma galera de outra faculdade, a Rio Branco. Não conversamos direito com o pessoal. Eles estavam na deles e ficamos de lado. Sorte que o namorado (marido?) da professora também estava meio de canto e com ele ficamos conversando sobre direito penal e essas coisas. Gente boa esse cara.

A professora chega e nos pergunta: "Trouxeram alguma coisa para ilustrar a apresentação?". Só o nosso corpinho, disse eu. Como não? Todos estão trazendo algo para mostrar para a banca julgadora! Acho que a deixamos meio desapontada.

Posso dizer que ela nos deixou meio assustados mas a confiança no trabalho era muita. Falaram em ir conhecer a Lapa. Todo mundo ou de taxi ou de carro próprio. Pô, sou estranho demais para dirigir e pão duro demais para pegar um taxi. Prefiro gastar meu dinheiro com outras coisas mais pessoais e, nesse caso, sou mais um busão.

Decidimos dar uma descansada que amanhã, cedinho, vamos apresentar a bagaça, aliás, a cachaça.

Chegamos. Bem vindo ao Rio de Janeiro




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