quinta-feira, 21 de maio de 2009

A saga da cachaça - Parte Fênaus

O dia chegou. Não dá mais para adiar.

O DVD chegou. Eu e o Comparsa lanchamos, demos uma volta para beber algo para acordar. Ele, mate e eu suco de goiaba. Pois é.

Fui até um ponto de Copacabana tirar umas fotos que já queria desde ontem mas a máquina deu pau. Pilhas novas deram um fôlego para a bicheira.

Na ida para a UFRJ
conversamos sobre absolutamente nada. Nada sobre como apresentaríamos. Só besteiras de praxe.

Lá sentamos
para montar, em cima da hora, a sequencia dos tópicos e qual ponto do DVD lançar para a banca julgadora. Fizemos alguns testes cronometrados que nunca se acertavam. Não havia nervosismo, apenas uma pequena apreensão. O André apareceu depois da apresentação dele. "Tudo tranquilo", disse.

Faltava uns 10 minutos para a nossa hora. O ponto do DVD estava escolhido e a sequencia... é, na hora daremos um jeito. Os tópicos de cada um estavam prontos e a única preocupação era não repetir as ideias e falar o mais breve possível para dar tempo suficiente para a bateria de perguntas.

Depois de um pequeno atraso lá estava nós com a banca e mais um rapaz. Complicações para encontrar o ponto do DVD (na verdade, o aparelho de DVD estava sem o controle remoto e tive que achar o tempo apertando botões) mas iniciamos com o Comparsa dando uma geral sobre o trabalho, sua escolha e alguns pontos e c uriosidades sobre a cachaça. Achei o ponto antes dele terminar. Nestes anos fala mos tanto sobre o trabalho para tanta gente que a apresentação até que fluia muito bem.

Minha parte era sobr
e as diferenças da produção da cachaça, as vendas aqui e no exterior, as dificuldades dos pequenos produtores e o preconceito ainda vivo dessa bela bebida. Não nego, aliás ninguém nega, que fizemos tudo isso com um sincero amor. Tesão mesmo. Apertei o play do aparelho e lá veio as imagens. Me preocupei em reparar a cara dos julgadores. Todos de olho no vídeo.

Começa a bateria de perguntas. Perguntaram das viagens, dos personagens, que câmeras usamos, quantas horas de gravação tivemos entre outras. Tudo bem respondido e sem aquelas "travadas" perigosas. Fim das perguntas. O silêncio e sussurros entre os julgadores. Num momento reparei que um deles disse que achava que deveriam dar uma segunda ohada nos outros trabalhos antes de dar a nota no nosso. Seria isso uma coisa boa? Dois figuras que foram apresentar um trabalho sem nenhuma pretensão a não ser beber em um lugar diferente fizeram algo incomum? Quem era aquele cara com jeito de perigoso que ontem expulsou um moço que nos pedia ajuda no Pane Dulce e, do nada, sumiu como do nada tinha chegado?

O Comparsa insistiu em dar um DVD para a Universidade depois de sermos julgados. Umm dos julgadores me apertou a mão e disse que esperaria um longa. Imagine! Um longa!

André nos esperava do lado de fora. Encontramos a professora que parecia mais preocupada com outra coisa que logo iria se virar num mini-motim para não-sei-o-quê até hoje. Trocamos umas palavras ainda dentro da Universidade quando nos convencemos de que, ao invés de ficar para a premiação, iríamos almoçar para rebater um pouco a ressaca de ontem.

Depois do PF, lá fomos nós para o albergue dar uma descansada para nos preparar para a volta a Sumpaulo. Eu assistia o jogo do Vasco contra o Brasiliense. Assistia modo de dizer. Olhava a bola indo para um lado e para o outro sem me importar, afinal, não gosto de futebol. Torcia por gol independente de quem o fizesse. Levantei pra arrumar as coisas e, no corredor, estava uma galera que também tinha participado da Intercom.

- Aê, cachaça, meus parabéns! - disse o cara que não me lembro seu nome.
- Hein?
-
Você não sabe?
- Sabe o quê?
- Vocês venceram na sua modalidade, cara!
- Ah, é brincadeira. Esse tipo de brincadeira não é legal não viu.
- É sério! Tá aqui a menina que também ganhou para provar.

Ela assentiu com a cabeça. Ele continuou: - Na hora que deram o nome do trabalho tinha um pessoal que acho que era da sua turma e pulava e gritavam até.

Uma outra moça que vinha na nossa direção falou: "Aê, cachaça! Apavorou hein!"


E eu ????

Olhei sério e seriamente chamei o Comparsa que, assustado com minha cara de "venha agora!", chegou. Pedi para o cara repetir o que me acabara de dizer.

Ficamos no "será?" por um bom tempo. Ligamo
s para a professora. Nada.

Fizemos o check-out e pegamos um taxi para a rodoviária junto com o botucatuense. Creio que aprendemos mais sobre o Rio com o taxista do que imaginavamos. Complicada a coisa deles como complicado era a divisão dos guichês da rodoviária que não eram no mesmo lugar mas já sinto saudade da cidade que muito bem nos acolheu.


O "será" só acabou dois dias depois quando saiu o resultado (JO21). Era verdade. Vencemos. Blé.

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