Sobre Gary Numan

Cara, juro. Ouvia-se muito Gary Numan nos anos 80. Claro que houve uma ajuda de tios e primos para que a música chegasse mais rápido aos ouvidos de um menino que estava mais acostumado com sucessos da discotéque (adoro essa palavra "discotéque"!) e das novelas. 
Gary Numan era um cara conceituado por ser um dos pioneiros no uso da tecnologia em sintetizadores. Era até considerado pós-punk, new wave, synthpop, essas merdas, num tempo em que quem fazia isso, além do próprio Numan, eram Devo, Kraftwerk (o começo de tudo), Falco, Berlin, Eurythmics, Ultravox, Talk Talk, Spandal Ballet, Jean Michel Jarre. Vendo até que tinha bastante gente para uma década tão furada.
Mas essa música nunca saiu da cabeça de tão boa que era:

Nunca mais ouvi falar nada do cara. Uma única canção, nada. Um silêncio ao redor dele que, para mim, já era um desses caras que vivem de um único sucesso. Dito isso, você me pergunta e daí? Daí que estava o estúpido aqui pesquisando uma cacetada de sites para resolver o que colocar aqui nesse blog quando caio numa matéria da Stereogum sobre a nova música de.... Gary Numan!

Nova música, novo disco ("Splinter: Songs From a Broken Mind") e detalhe: em nenhum momento desde o disco que faz parte o clipe acima - o "The Pleasure Priciple", de 1979 - ele parou por mais de seis anos. De um disco para o outro há mais 16 gravados. Claro que ele teve seus altos e baixos com o fim do New Wave, o preço da laranja, a mudança caótica do novo mundo do fim do século XX com o início do XXI. Mas lá estava ele, refletindo, pensando nos rumos a tomar, o som a visitar, a calça a se vestir.

Fiquei contente de saber que ele ainda está na ativa. Não sei por que mas me deu uma alegria radiante ao ouvir sua nova canção e sentir que ela veio muito bem. Pesado, forte, um Nine Inch Nails Numanísticado ou um Gary Numan Nineinchnailmista.
Boa sorte ao cara. Ah, seu meu tio ouvir. O que será que ele pensaria?