Hoje, na história: Morre Kurt Cobain e Layne Staley

Engraçado... o mundo corre mesmo e as pessoas vão deixando seu passado de lado cada vez mais depressa. Não de lado, apenas acho que esquecem. Tem preocupações mais importantes para se fazer e pensar. Normal até... acho.

Vendo no sítio de buscas Google, apenas a página Blitz, de Portugal, fez alguma menção.

Mas foi nesse dia, em 1994, que o mundo recebe, chocado, a morte de Kurt Cobain.

Ídolo de uma nova geração, o vocalista e sua banda eram a grande banda da época. Nada, nem Michael Jackson nem Madonna eram páreos para os párias (!!!) do stablishment. Grunge, poderiam dizer, apesar de apenas fazerem parte de Seattle e nada mais, Cobain deu um basta na sua vida com uma bala. Foram apenas três discos lançados e um fenômeno durante sete anos, sendo cinco extremamente intensos. O cara tinha 27 anos e uma filha ainda bebê. Desistiu de tudo.

Oito anos depois, em 2002, é a vez de Layne Staley, do Alice in Chains, dar linha do mundo. Uma curiosidade mórbida em Seattle. Kurt e Layne, vocalistas, vindos da mesma cidade, ambas as bandas com três discos de sucesso e começaram a tocar no mesmo ano: 1987. Porém sua morte foi mais triste, mais solitária do que a morte de o suicída. Deram conta que Staley estava com algum tipo de problema duas semanas depois de sua morte. Duas semanas sem notícia ou sem ser noticiado. Duas semanas em putrefação, na cama, rodeado de heroína e cocaína, seu braço ainda com a agulha. Duas semanas sem um oi de ninguém.

Lembranças.

Estava eu e uns amigos na casa da árvore de um deles (que tempos!) quando chegou a notícia da morte de Cobain. Na verdade eu não tinha tanto apreço pela banda - Metallica, Iron, Anthrax, Sabbath eram as fodonas - mas decidimos fazer algo para lembrar esse fim. Escrevemos a data na parede, colocamos a fita cassete para rodar e acho que tomamos alguma birita para brindar tão trágico fim.

O impacto seria maior na Casa de Cultura do Ipiranga, lugar onde passávamos a maior parte do tempo e onde rolava as bandas ao vivo. Um grupo subiu ao palco. Mal tocou a primeira música, dava para ouvir o público berrando "toca Nirvana!" diversas vezes. O vocalista, meio injuriado, respondeu "Só porque o cara morreu sou obrigado a tocar música dele?"

E não tocou.