quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lido

Estava tomando uma cerveja com uma amiga e ela me disse que tinha um livro, uma biografia, e que não tinha achado lá grande cousa. Como tinha acabado de ler "O Pai Goriot", ela me perguntou se tinha gostado. Disse que achei bom mas era triste, denso. Resolvemos trocar os livros.
Esse que acabei de ler é: "Amy Winehouse - Biografia" (Editora Globo, 208 págs, 2008). É esse livro que ilustra o post.
Não é mesmo lá grande cousa.
Quando há uma biografia, geralmente esperamos que: a) novidades nunca faladas e b) que o biografado esteja MORTO. Não é mais bem assim hoje e dia.
Aqui, a história da cantora de "Rehab" passa do início dos primeiros passos, quem ela era quando criança, a influência de seus pais e parentes próximos, a escola, amigos (as), namoros e encrencas. Depois vem as primeiras aparições no palco, o primeiro disco, o sucesso e BUM! as cabeçadas, as bebedeiras etc. O básico do básico que, sei lá, poderia ser feito de uma forma mais equilibrada. Nem falando bem, nem falando mal, mas aqui quando alguém fala mal são os outros. Quando fala bem são os outros e o escritor.
No livro, principalmente quando Amy chega atrasada nos palcos, é sempre a mesma ladainha de desculpas ao público. O saco de mostrar ela numa paixonite enjoativa com seu macho junkie e os tablóides baixos pegando pesado na moça que é ilustrada como uma doida de pedra e chatilda de irritar. Choradeiras, gritarias... afe. Você sente mais raiva da biografada do que pena - e qualquer uma das duas é ruim - e eu não creio que seja assim a visão real da cousa.
O escritor, Chas Newkey-Burden apesar de vários livros publicados, documentários para canais britânicos e reportagens para jornais sobre celebridades e futebol, principalmente para o time do Arsenal, se profissionalizou em biografias de astros e atrizes que se tornam famosos da noite para o dia ou gente que, convenhamos, não interessa em nada sua vida particular: o casal Brad e Angelina Jolie, Paris Hilton, Simon Cowell, Alexandra Burke, Dannii Minogue, Michael Jackson e recentemente o do rapazinho Justin Bieber. Um aproveitador barato. O chato é que suas fontes são 90% revistas, jornais e cadernos, 8% pessoas que não revelam seus nomes e 2% entrevistas com algum amigo ou gente um pouco próximo do biografado. Um puxa-saquismo bobo e infantil. Qualquer um poderia fazer melhor. É só olhar seu blógue todo pimpão e feliz com seus trabalhos (nada de errado nisso, ok?), seu mundo israelense e nada mais. Essa minha amiga tinha razão.
Cara... agora que me liguei que odiei essa biografia! Que cousa barata!!!

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