sexta-feira, 28 de maio de 2010

Guerra e Tweeter

(Sangue quente) Tudo começou tranquilo. Uma boa conversa alguns dias depois da apresentação no Grammy de 2009. Ela concorria ao prêmio de música do ano com "Paper Planes", do albúm Kala, mas perdeu para "Raising Sand" de Robert Plant e Alison Krauss. Até aí, nada demais.
A entrevista vai rolando, quase um bate papo sossegado sobre a gravidez e que, matéria pronta, se transformou numa guerra com todos os sentidos possíveis. Ah, o nome da cantora é Mathangi Maya Arulpragasam, ou M.I.A.
Em entrevista concedida para a repórter do The New York Times, Lynn Hirschberg, M.I.A. fala sobre a diferença do nascimento de seu filho numa cidade como Los Angeles, num hospital de primeira como o Cedars-Sinai Medical Center ante ao nascer de uma criança no Sri Lanka em conflito étnico há décadas. Aí começa toda a bagunça.
A raiva de M.I.A pela matéria, foi tanta que, de acordo com o site Pitchfork, em seu tweeter ela colocou: "me ligue se quiser conversar comigo sobre as questões da verdade de N.Y., eu estarei recebendo chamados todos os dias, safados ;)", mas o telefone em questão era de Lynn.

Olha a zona:

Diz-se que o pai de M.I.A. foi um dos formadores do grupo militar insurgente da minoria tâmil contra os cingaleses. A guerra pela independência tâmil acontece há mais de 15 anos.
O problema é que, como M.I.A. defende o lado tâmil, muitos acham que, por ser ela uma pessoa da mídia, deveria não aumentar as tensões e, sim, retê-las. Foi o que disse Ahilan Kadirgamar, do Fórum Democrático do Sri Lanka para a repórter. Disse ele que, apesar de M.I.A. comentar sobre as atrocidades dos cingaleses contra os tâmil, estes também utilizam de ações violentas.

Na verdade, Lynn buscou mais informações sobre o estado do Sri Lanka e sobre a guerra. Isto, acabou tornando a matéria sobre M.I.A. quase que irrelevante, já que a história sobre o país tornou-se mais interessante. Um gancho incomum e eficaz, principalmente para o N.Y.T. Ao ler sobre uma cantora, você ganha de presente tem uma breve aula de história. Elucidativa. Eu, particularmente, achei dúcarai.
Não entro em mérito de quem está certo ou errado. Se os cingaleses ou os tâmil. O único demérito aqui é a guerra em sí. Todos sofrem desde velhos, jovens, mulheres e crianças de ambos os lados. Guerra é idiota, egoísta e estúpida demais para se entender. M.I.A. devia entender onde poderia chegar suas palavras, mas quem sou eu para dizer alguma coisa além que nesse blógue?

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